A Floresta Encantada
Era uma vez uma floresta muito especial! Estava coberta de carvalhos, castanheiros, cedros, choupos e outras árvores que a pintavam de vários tons de verde.
No chão havia flores coloridas, relva e musgo.No meio passava um riacho de água muito limpa e fresca, cheio de pedrinhas coloridas.
Lá viviam pequenos peixes, uns vagarosos cágados e umas saltitonas rãs que se dividiam entre as águas corridias do ribeiro e um pequeno charco, abrigado debaixo do maior carvalho que existia na floresta.
Sobre as suas águas paradas passeavam, em bicos de pé, multidões de alfaiates.
No ar, esvoaçavam pássaros que tinham os seus ninhos nos ramos das árvores, bailavam borboletas de asas brilhantes e saltitavam gafanhotos verdes. No chão passava de vez em quando um coelho a caminho da sua toca.
À noite, os pirilampos iluminavam as cigarras e os grilos que faziam os seus concertos, alegrando os outros habitantes da floresta e enchendo de música o céu estrelado.
Mas esta era uma floresta especial! Morava lá uma fada do tamanho de uma borboleta que tinha o seu castelo no tronco do grande carvalho. Era a fada Arco-Íris. Tinha este nome por usar um vestido com as sete cores do arco-íris.
Do seu castelo, Arco-Íris via toda a floresta e por isso conhecia todos os seus habitantes. Aliás, nesta floresta todos se conheciam e eram amigos. A Natureza e os animais viviam em perfeita harmonia.
Todas as manhãs Arco-Íris saía do seu castelo, sobrevoava aquele céu verde e azul e sorria, acenando aos seus amigos.
Ainda embalada pelo eco do canto das cigarras e dos grilos, Arco-íris dava a todos os bons dias, logo que a lua se despedia e o sol aparecia, sorrindo.
Acenando-lhe, todos respondiam, alegremente.
Uma noite, Arco-íris acordou, sentindo um calor estranho! Levantou-se, chegou à janela e viu uma enorme labareda lá ao longe, perto da aldeia. Tinha havido uma festa e um dos foguetes lançados tinha pegado fogo à floresta!
O céu cobria-se de fumo, cobrindo a aldeia, e a pobre lua quase desaparecia na escuridão…
Era preciso fazer qualquer coisa e depressa!!
Arco-Íris agitou a sua varinha e com a sua magia chamou todos os amigos.
Muito depressa chegaram os pássaros, as borboletas, os gafanhotos, os coelhos,…
Até os cágados que são tão lentos responderam de imediato à chamada!
- Amigos! A floresta está a arder lá perto da aldeia! Temos que a salvar! exclamou Arco-íris
- Mas nós somos tão pequenos!... – disse assustada uma das borboletas.
- Sim, e o fogo é tão gigante! – acrescentou um dos pássaros.
- Todos juntos vamos conseguir! – responderam os outros animais, em coro.
Os pássaros correram para o riacho, molharam as asas e encheram o bico de água para atirar no lume.
Os gafanhotos, as borboletas e as libélulas molharam também as suas asas no charco para as sacudir por cima do fogo e os coelhos comeram o mato à volta das chamas para elas não entrarem na floresta.
Mas era preciso ter mais ajuda! Os grilos e as cigarras tiveram uma ideia: fizeram tanto, tanto barulho que os habitantes da aldeia acordaram e viram o incêndio. Muito depressa, pegaram em baldes e nas mangueiras e conseguiram apagar o fogo!
As pessoas viram os animais molhados e enfarruscados, exaustos, e reconheceram-nos como os heróis da floresta.
A coruja, como vê bem de noite, procurou o foguete, pegou nele no bico e levou-o até à aldeia.
As pessoas perceberam a mensagem da coruja e prometeram-lhes que nunca mais lançariam foguetes!
Arco-Íris observou tudo com muita atenção do seu castelo, no alto da árvore sem aparecer pois os humanos, sobretudo os adultos, nem sempre acreditam nas fadas…
Muito feliz, exclamou:
- Conseguiram! A nossa floresta está salva!
Nesse outono os habitantes da aldeia plantaram muitas árvores e a floresta cresceu mais e mais, está ainda mais bonita e mais encantada!