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terça-feira, 9 de março de 2010

A história da Luísa

Era uma vez uma menina chamada Mariana que adorava ler.
Um dia, ao passar num parque à ida para casa, viu um livro pousado num banco do jardim. Tinha uma capa muito colorida, por isso ela viu-o ao longe.
Aproximou-se, pegou no livro, sentou-se e começou a folheá-lo.
- Mas que livro estranho! - pensou Mariana quando as páginas começaram a virar-se sozinhas.
- Deve ser o vento! Oh! Mas não se sente nem uma brisa!...
Numa das páginas havia o desenho de uma mão estendida. Parecia tão real que Mariana tocou-lhe com um dedo. Nesse momento, uma coisa estranha aconteceu! Mariana foi puxada para dentro do livro, sentindo a cabeça tonta de tanto rodar!...
Quando voltou a si, Mariana estava num mundo diferente, num mundo encantado. Aquele era um sítio totalmente mágico, daqueles lugares que ela só pensava existir nos livros que lia.
Mas a verdade, … é que ela estava dentro de um...
A menina estava maravilhada!
- Oh! Que lugar espantoso! E que… passarinho tão belo e tão colorido… - exclamou ela quase sem palavras.
Mariana viu tantas coisas novas! Estava numa floresta tropical, onde as plantas e as árvores são de um verde vivo, grandes e graciosas. Os animais eram tantos, mas tantos, que ela pensara ser impossível haver tantas espécies diferentes e todas tão bonitas.
Ficou maravilhada com as plantas trepadeiras que subiam as árvores altas em belos padrões, com os papagaios de penas macias e coloridas que pousavam nos seus ramos mais altos, até mesmo com os arbustos que exibiam belas flores, todas elas de cores nunca antes vistas.
Aquele era sem dúvida o melhor dia de sempre da sua vida!
Mas Mariana lembrou-se de um pequeno pormenor… ela estava ali, dentro de um livro que tinha encontrado abandonado num banco de jardim enquanto passeava pelo parque, estava sozinha e sem fazer a mínima ideia de como sair de lá de dentro.
Mariana começou a sentir medo e as lágrimas inundaram-lhe os olhos. Ela não tinha medo de ficar naquele lugar maravilhoso sozinha, sabe-se lá por quanto tempo, pois ela sabia que nunca se iria cansar daquela maravilhosa paisagem… Ela tinha medo era de nunca mais poder ver a sua família, de nunca mais poder brincar com os seus amigos, de dar beijinhos à sua mãe. Mas o pior de tudo… era o medo de pensar que nunca mais poderia vir a ler um livro!
Depois de muito tempo, Mariana lembrou-se que enquanto o livro se desfolhava sozinho, ainda no parque, não havia texto nas páginas que se viravam. Então Mariana teve uma ideia que ao princípio não pareceu fazer muito sentido… mas afinal o que fazia? Se estar presa num meio de um livro fosse uma coisa normal e acontecesse muitas vezes ela saberia o que fazer. Foi aí que tentou experimentar uma coisa.
- Será que se eu pensar muito numa coisa ela acontece? Já que estou dentro de um livro de um livro onde não tinha nada escrito, não poderei escrever eu a minha própria história?
Foi então que Mariana pensou muito numa coisa… e para seu espanto apareceu.
- Uauuu…
A menina tinha pensado, "Mariana estava com fome, por isso comeu um bolo", e logo um grande bolo de chocolate – o seu preferido e o que ela estava a pensar quando pediu o desejo – apareceu na sua mão. Logo rapidamente o comeu.
Depois desta confirmação Mariana pensou logo que queria voltar para casa, para junto da sua mãe, pois estava com muitas saudades dela e de sua casa.
Logo depois, aquela sensação estranha voltou, as tonturas tinham voltado. Mas isso era um bom sinal, era sinal que estava de volta ao mundo real.
De repente a menina estava outra vez no parque à beira do banco ainda com o livro lá pousado. Mas havia uma pequena diferença: quando ela pegou no livro, a capa estava diferente! Desta vez o livro já tinha título, chamava-se "Uma Viagem No Livro", e ao desfolhá-lo Mariana percebeu que já tinha falas e frases. Eram as mesmas que ela dissera enquanto se encontrara lá dentro, durante a tarde. Até as imagens eram as mesmas, mas só que menos reais. Estava lá representada também uma imagem de um formigueiro à beira de um charco, o mesmo que Mariana tinha visto. Aquela era realmente a sua história!
Assim, à noite antes de ir dormir, pediu à mãe para lhe ler o livro, sem nunca lhe contar o que se tinha passado naquela tarde. A mãe da menina achou um bocado estranho ela saber a maior parte das falas, mas esta disse-lhe que já tinha lido a história de tarde mas que, como tinha gostado tanto, é que queria que lhe fosse lida outra vez. Assim, a mãe prosseguiu na leitura e Mariana adormeceu num sono profundo, aconchegada nos seus cobertores. Ela sonhava que um dia podia vir a ser uma borboleta, só para viver naquele mundo à parte onde dominava a alegria, um lugar onde não havia espaço para a tristeza. Sonhava vir a viver num mundo perfeito…


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